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"...O maior destes é o amor." 1 Coríntios 13.13

 

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor." 1 Coríntios 13.13

Você sabia que a fé é subordinada ao amor?

Desde que a igreja de Cristo foi instituída sobre a face da terra, até os dias atuais, aconteceram inúmeros avivamentos da fé por toda parte em praticamente todos os continentes, e isso seria algo muito bom se não fosse por um "detalhe" que fomos ensinados a negligenciar.

E que detalhe é esse?

O amor.

Mas como assim?

Boa parte dos inúmeros avivamentos da fé que já ocorreram, e ainda ocorrem, foram ou estão sendo quase que totalmente desperdiçados porque as multidões não conseguem, ou recusam-se, a perceber que a fé é "apenas" um meio para algo muito maior do que ela. A fé é o meio pelo qual somos conectados com Deus e que nos permite sermos aperfeiçoados pelo amor; e esse sim, é a finalidade absoluta da nossa existência.

A fé não é uma virtude absoluta, por mais estranho que isso possa parecer, o fato é que a fé precisa de algo maior do que ela mesma para que ela faça sentido, do contrário, é apenas um conjunto de pirotecnias sem qualquer essência; por esse motivo foi que o apóstolo Paulo escreveu o que ficou registrado em 1 Coríntios 13.2b, que diz: "...Ainda que eu tivesse toda a , de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.". O que Paulo está dizendo nesse conhecido texto é algo muito simples, porém, muito ignorado; ele está revelando que a fé precisa necessariamente do amor para norteá-la, pois do contrário ela será tão somente um grande desperdício de potencial, ainda que produza grandes feitos e efeitos como transportar os montes.

Qualquer pessoa que possua fé, mas não "possua" amor, será como uma labareda de fogo frio; estará contente, envaidecido(a) e orgulhoso(a) com os sinais e maravilhas que tal fé pode produzir, e produzirá, mas sem perceber que tais manifestações da fé são apenas uma espécie de circo para leigos; por isso também foi escrito o texto de Mateus 7.22-23, que diz: "Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.".

Mas qual foi a iniquidade que tais pessoas praticaram?

Elas se concentraram apenas em produzir os sinais da fé, mas ignoraram e negligenciaram completamente o amor e as obras dele.

E o que isso significa?

No livro de Tiago, 2.17, foi registrado o conhecido verso que diz: "Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.". O problema é que o espírito do mundo doutrinou multidões dentro das mais diversas congregações para que confundam as obras mencionadas em Tiago 2.17 com os sinais da fé vistos em Marcos 16.17-18, que diz: "E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.". Note que Jesus fala abertamente que curar os enfermos, expulsar demônios, falar novas línguas e etc..., são sinais e não obras da fé.

Então de quais obras o texto de Tiago 2.17 está se referindo quando diz que a fé sem obras é morta?

As obras do amor.

No mesmo livro de Tiago, 2.14, diz assim: "Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?". Compreenda que a essência desse versículo é a seguinte: Meus irmãos, de que adianta alguém demonstrar os sinais da fé, mas não produzir as obras do amor. Será que somente os sinais da fé podem salvá-lo(a)?

E como vimos em Mateus 7.22-23 Jesus diz abertamente para todos os que concentraram a vida apenas em demonstrar os sinais da fé, que somente isso não é o suficiente para a salvação de um indivíduo; de fato, isso é uma espécie de iniquidade.

Todo cristão verdadeiro compreende que a fé, embora seja extremamente importante, crucial, ainda assim necessita do amor para ter vida e sentido real, pois o amor é soberano, uma vez que ele é o próprio Deus. De modo que nós precisamos entender que:

*Sem o amor, a fé é superficial;

*Sem o amor, a fé pode ser corrompida, e geralmente o é, de formas tão sutis e dissimuladas que as pessoas nem mesmo se dão conta; porém, a fé com o amor é pura e incorruptível.

É por esse motivo que o texto de Tiago 2.15 diz: "E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?".

O que o apóstolo Tiago está dizendo nesse verso é que são as obras do amor aquilo em que devemos nos concentrar, pois são através de tais obras, em conjunto com a fé, que seremos justificados, como o próprio livro de Tiago 2.24 deixa claro ao registrar o seguinte texto: "Vede, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé.".

Quando percebemos que a fé é subordinada ao amor, todo o nosso modo de pensar e experimentar a fé é automaticamente transformado, e elevado para um nível superior, assim como toda a fé que brotar em nós através da Escritura Sagrada também será potencializada pela amplitude infinita do amor, é nesse momento que as nossa obras deixarão de ser apenas sinais de fé (que são sim importantes) e passarão a ser primordialmente obras poderosas e essenciais de amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos; pois como foi dito em 1 João 4.8: "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.".

Em Marcos 11.22, Jesus diz: "...Tende fé em Deus...". Se entendemos que Deus é amor, nos tornamos conscientes de que a verdadeira fé em Deus não pode existir sem o amor. Somente os que compreenderem isso serão realmente aperfeiçoados pelo amor e serão capazes de usar a fé, além da superfície, além dos sinais, além da demagogia, além da hipocrisia; mas de maneira adequada e correta produzindo abundância de obras amorosas; estes são os indivíduos para os quais o amor nunca se esfriará e para os quais todo avivamento de fé não se perderá, mas perdurará por toda a vida de modo que guardarão tal fé até que sejam recebidos por Cristo na eternidade; exatamente como o que aconteceu com o apóstolo Paulo e foi registrado no texto de 2 Timóteo 4.7, que diz: "...guardei a fé.".

Estes são os verdadeiros cristãos, a verdadeira Igreja de Cristo, aquelas pessoas para as quais o texto de Mateus 25.34 se refere quando afirma: "Então , dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo...".

E porque Jesus falará isso a essas pessoas?

Porque elas não se limitaram a viver baseando-se apenas nos sinais da fé, mas sim, usaram a fé que deriva do amor para serem abundantes nas obras do amor; como o texto de Mateus 25.35-36 deixa claro ao dizer: "...Porque tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; estava nu, e vestiste-me; estive na prisão, e fostes ver-me.".

Este grupo de pessoas, os cristãos genuínos, estão muito mais concentrados, e ocupados, em produzir as obras do amor, pela fé; do que em apenas manifestar os sinais da fé sem o amor, como infelizmente tem sido tão comum para muitos dentro das mais diversas congregações, de modo que em algum ponto no futuro o amor desses indivíduos, assim como ocorrerá com as pessoas do mundo, se esfriará completamente, como o texto de Mateus 24.12 deixa claro ao afirmar que: "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.". Na verdade, se olharmos atentamente para a sociedade veremos que ela está sendo inundada por uma polarização massiva que é um sinal claro desse esfriamento do amor ao qual a Escritura Sagrada se refere. 

De fato, é muito comum ouvirmos pessoas dizendo que gostariam de ter mais fé, eu mesmo já disse isso diversas vezes no passado antes de ter os meus olhos abertos para o entendimento que estou compartilhando aqui; mas quase não ouvimos alguém dizendo que gostaria de ser mais amoroso(a). Muitas pessoas oram e suplicam a Deus pedindo que Ele os acrescente mais fé, mas tudo o que desejam fazer com essa fé é apenas demonstrar os sinais dela e se orgulhar disso em seu próprio Ego ou perante outras pessoas, ainda que o façam de uma maneira inconsciente, sutil e dissimulada.

O conhecido texto de Hebreus 11.6 diz que sem fé é impossível agradarmos a Deus, e no mesmo livro dos Hebreus 10.38 diz que o justo viverá pela fé; porém, o ponto que não podemos nos permitir ignorar é o de que essa fé referida, não apenas nestes dois famosos versículos citados, mas também em todos os outros que tratam desse tema, é a fé viva, real, pura e incorruptível; essa é a fé que deriva diretamente, e é subordinada, ao dom supremo, o amor; e não a fé morta, sem obras, apoiada unicamente nos sinais e aparências espirituais.

Se desejamos potencializar e purificar a nossa fé, temos necessariamente de compreender, de uma vez por todas, que é o amor, e as obras dele, que devem dar sentido e inspiração para a nossa fé; e, uma vez nos tornando conscientes disso, teremos plenas condições de nos tornarmos um com o amor, pois o que se une ao Senhor é um mesmo espírito com Ele, de modo que nossa fé será sempre direcionada para manifestar o amor a Deus e ao próximo.

Lembre-se; foi por amor ao povo que Deus abriu o mar vermelho e fez tantas maravilhas; foi por amor que o SENHOR deu seu único filho para nos resgatar; foi por amor que Cristo ensinou, curou, alimentou, libertou e ressuscitou pessoas, foi também por amor que Jesus enfrentou a brutalidade e a dor da cruz, e até a morte; foi por amor a nós que o Mestre ressuscitou ao terceiro dia; tudo isso e muito mais foi realizado por amor. O amor é o centro do cristianismo.

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