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"A casa edificada sobre a rocha". Mateus 7.24



"Todo aquele, pois, que escuta essas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.". Mateus 7.24

Qual é a essência dessa analogia da casa edificada sobre a rocha?

Para entendermos isso com um pouco mais de amplitude devemos primeiro começar por outra pergunta; que é: Qual é o primeiro lugar onde devemos aplicar e praticar toda a essência das palavras de Deus?

A única resposta realmente correta para essa questão é: Dentro de nós mesmos. E foi justamente por isso, também, que o texto de Mateus 7.5 começa dizendo: "...Tira primeiro a trave dos teus olhos...".

E por quê?

Porque quando começamos a investigar o nosso próprio interior, à luz da verdade descrita na Escritura Sagrada, aplicando os entendimentos, ensinamentos, inspirações e revelações que a Palavra de Deus produz, em todo "espaço" interno que pudermos identificar quando nos dedicamos a observar diligentemente o nosso próprio ser; algo muito interessante acontece?

E o que é?

Quando a nossa atenção, iluminada pela essência da Escritura, se volta para dentro de nós; logo começamos a perceber que há algo dentro do nosso interior que é extremamente oscilante; algo que não é estável, não é confiável, não é pleno, não sólido, não é conciso, não é constante, não é coerente, e em última análise, não é real. E se continuamos olhando para dentro, usando a luz da Bíblia Sagrada, entendemos que tal coisa inconstante e inconsistente é, na verdade, um conjunto de ilusões misturadas e disfarçadas que de alguma maneira acabam formando (ou pelo menos influenciando grandemente) os nossos pensamentos, sentimentos, emoções. Ilusões essas que tomamos como verdades absolutas sobre nós mesmos, e que moldam a nossa personalidade, nossos objetivos de vida, nossas palavras, assim como as nossas ações em relação a tudo e todos que nos rodeiam, de fato, essas ilusões são capazes até mesmo de moldar a nossa fé (algo que por si só já é terrível, mas infelizmente está acontecendo com multidões dentro das mais diversas congregações, membros e líderes).

O problema é que a maioria absoluta das pessoas, tanto na sociedade quanto dentro das mais variadas congregações, não está consciente do fato de que estão construindo todo o seu senso de quem são, e consequentemente, toda a sua existência, com base em algo que não serve como fundação de nada que se pretenda ser bem edificado; ou seja, se queremos que a nossa vida seja realmente bem aproveitada em todos os aspectos, não podemos passar todo o tempo tentando construí-la sobre esse território interior "arenoso" e instável, repleto de ilusões, fantasias, sonhos, e delírios. De fato, todas as pessoas que jamais se dedicaram a levar a resplandescente luz da essência da Escritura Sagrada aos lugares mais profundos de si mesmos, não têm condições de carregar essa mesma luz sagrada para os lugares mais distantes do planeta, para que ela possa ser vista em seu pleno, e intenso, brilho celestial por toda criatura, como foi ordenado a todos os cristãos genuínos no texto de Marcos 16.15, que diz: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura."; assim como no texto de Mateus 5.14, que diz: "Voz sois a luz do mundo...". Se tentarmos levar a luz de Cristo às demais pessoas sem termos antes usado tal luz maravilhosa para iluminar a nós mesmos profundamente, nos tornaremos em impostores e hipócritas; por esse motivo cito novamente o que foi escrito no texto de Mateus 7.5, que diz:

"Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.".

O fato é que qualquer indivíduo que ignore o processo de usar a luz da revelação divina, contida nas palavras da Escritura, para ver claramente a si mesmo, se enquadra justamente como aquele de quem o texto de Mateus 7.26-27 está se referindo quando diz: "...Compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, e correram os rios, e assopraram ventos, e combateram contra aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.". Porque todas as ilusões que há dentro de nós, sejam elas criadas por nós mesmos ou geradas pelo espírito do mundo na sociedade e assumidas por nós, são como essa "areia" referida no texto bíblico, mas ainda assim, muitos estão utilizando essas ilusões que infestam seus pensamentos, sentimentos e emoções, como base para construir seus "magníficos" castelos psicossociais sem perceber que quando a mente natural, Ego, (também chamado de "Carne" pela Escritura Sagrada), criar suas tempestades internas, e isso certamente acontecerá, pois produzir tormentas interiores é uma das principais ocupações da mente; tais castelos construídos sobre essa "areia" (ilusões) se desfarão, produzindo uma grande quantidade de aflições de espírito (sofrimento), completamente desnecessários, os quais as multidões já não suportam e não sabem como lidar.

Certa vez Jesus disse o que foi registrado no texto de João 16.33, a saber: "...No mundo tereis aflições..."; e a essência desse trecho do versículo também é: "Na sua vida você passará por diversos problemas.", porém, quando utilizamos a luz das inspirações, ensinamentos e entendimentos da Escritura, dentro de nós mesmos, nossa consciência se expande e se eleva, assim percebemos que a maior parte dos problemas que enfrentamos são produzidos, ou pelo menos amplificados, pela nossa própria mente natural, que é o Ego carnal que há em nós, através dos pensamentos, sentimentos e emoções ilusórios que são constantemente gerados dentro da nossa cabeça; isso significa que a maioria absoluta de todos os problemas com os quais lidamos, e pelos quais sofremos, durante tanto tempo da nossas vidas são oriundos justamente da nossa própria carne, de modo que a maioria deles nem mesmo é 100% real; como foi observado pelo escritor norte- americano Mark Twain, que certa vez disse: "Já sofri por muitas coisas na vida. A maioria delas nunca nem mesmo existiu.".

E por que entender isso é importante?

Porque quando despertamos para essa revelação percebemos também que, dentro de nós há algo que é superior à nossa carne, ou seja, algo que é superior à nossa mente natural, superior ao "nosso" Ego; algo sólido, estável, confiável, permanente, constante, sereno, e perfeitamente capaz de sustentar toda a nossa existência mesmo quando a mente natural se esforçar para nos afligir, iludir, provocar e tentar tornar a nossa vida cotidiana em um caos. Esse é o espírito que há em nós, o nosso verdadeiro Ser, mas que a maioria da humanidade não tem qualquer contato com ele, pois gastam todo o tempo que possuem apenas vagando e divagando dentro da própria mente sem se dar conta de que ela é somente a parte mais superficial de quem realmente são.

Uma vez que usarmos a essência das Escrituras para perceber essa diferença entre a mente e o espírito, e a partir disso, nos estabelecermos no nosso espírito, mantendo nossa consciência nele; a nossa mente natural, que é superficial, enfraquece, e, no devido tempo, se desfaz, ou seja, as ilusões da nossa mente que nos causam (sempre causaram) tantos problemas, assim como, tornam todo tipo de coisas banais em grandes tempestades internas e externas, perdem a influência sobre os nossos pensamentos, sentimentos, emoções, palavras e ações de modo que estes ficam livres para fluir a partir de uma nova fonte (nosso espírito), assim a nossa mente se liberta e passa também a ser espiritual, pois agora está edificada não mais sobre a areia (as paixões, apegos, ambições, fantasias, sonhos e tantas outras ilusões), mas sim sobre a verdade e sobre a realidade sem distorções que a luz da verdade revela a todos os que realmente olham para ela. Essa mente espiritual renovada é também aquela sobre a qual o texto de 1 Coríntios 2.16 se refere quando diz: "...Mas nós temos a mente de Cristo."

Os que passarem por esse processo, os cristãos genuínos, são as pessoas que edificaram a casa (sua mente) sobre a rocha, e mesmo que eventualmente o Ego tente gerar alguma confusão, turbulência ou "tempestade" interior; ou mesmo se a sociedade os lançar em uma tormenta de injustiças, provocações, perseguições e tantas outras coisas semelhantes, tais pessoas não vacilarão, pois possuem a mente de Cristo, firmada e solidificada por poderosas "colunas", de paz, serenidade, fé, alegria, gratidão, satisfação, aceitação, paciência, generosidade, caridade, compaixão, compreensão, plenitude e tantas outras virtudes inabaláveis do Espírito Santo; por isso, também, é que foi registrado, sobre essas pessoas, o texto de Mateus 7.24-25, que diz: "Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram os rios, e sopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.". Agora você já sabe como os cristãos genuínos, ao longo dos séculos, fizeram para suportar, enfrentar e triunfar sobre todas as tormentas internas e externas às quais foram expostos.

Lembre-se: A mente natural é um terreno "arenoso", instável, inseguro e conturbado. E o espírito é um "lugar" sólido, estável, sereno, seguro e harmonioso; assim, a casa edificada sobre a areia é a mente que se apoia sobre si mesma, enquanto a casa edificada sobre a rocha é a mente apoiada sobre o nosso verdadeiro "Eu", o nosso espírito.

Se você, eu, ou qualquer outra pessoa, quiser viver através da nossa mente, seremos sempre atingidos, ofendidos, influenciados, abalados, iludidos e derrotados até pelos adversários mais insignificantes, mesmo que consigamos tudo o que a sociedade diz que devemos obter e acumular. Mas se vivermos com base no espírito, que é o nosso verdadeiro ser, a nossa essência mais pura, nos tornaremos um com a Rocha que é o próprio Deus, pois no Salmo 18.2 diz: "O Senhor é o meu rochedo..."; assim, nenhuma força na terra poderá nos vencer, mesmo que tirem tudo de nós. 

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