"...Não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para a perversão dos ouvintes." 2 Timóteo 2.14
"Traze essas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor, que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para a perversão dos ouvintes." 2 Timóteo 2.14
Os sábios nunca discutem, mas para os tolos, o discutir é tão natural quanto respirar.
O mesmo texto de 2 Timóteo 2.14, na bíblia NVI, está escrito da seguinte maneira: "Continue a lembrar essa coisa a todos, advertindo-os solenemente diante de Deus, para que não se envolvam em discussões acerca de palavras; isso não tem proveito, e serve apenas para perverter os ouvintes.".
Já faz algum tempo que abordei esse tema aqui no blog quando escrevi sobre o texto que está escrito em 2 Timóteo 2.24, que diz: "E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos..."; porém, ao ver como as multidões na sociedade e até mesmo dentro das mais variadas congregações têm demonstrado uma paixão crescente por discussões de absolutamente todos os tipos, creio que é valido trazer à memória esse ensinamento tão valioso que nos foi entregue pelo apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo.
Se você quer aprender como identificar quem é tolo e quem é sábio em meio a sociedade na qual estamos inseridos; note que isso é muito simples. Apenas observe quem são as pessoas que estão constantemente discutindo sobre quaisquer temas sociais; esses são os tolos. Por outro lado, observe quem são as pessoas que costumam honrar o silêncio em todas as situações, ou seja, pessoas que não se deixam atrair, seduzir ou arrastar para dentro das mais diversas discussões que são criadas e sustentadas pelas multidões; esses são os sábios. Os que possuem verdadeiro conhecimento do fato de que a vida de qualquer indivíduo não é, nunca foi, e nunca será, aperfeiçoada por meio de discussões. Também por esse motivo o texto de Provérbios 17.27 diz: "O que possui o conhecimento guarda as suas palavras.".
Qualquer pessoa realmente sábia, em outras palavras, qualquer cristão legítimo, entende que discutir é um comportamento que não possui nenhum propósito verdadeiramente louvável e cujo único objetivo é tentar fortalecer as "amarras" mentais do Ego (carne) das pessoas envolvidas nessas discussões, cada qual tentando desesperadamente provar-se superior, de alguma maneira, aos demais, mostrando o quanto as opiniões e visão de mundo das outras pessoas estão terrivelmente erradas.
Tais embates de Egos, cada vez mais inflados em si mesmos, são completamente estéreis, ainda que sejam produzidos e sustentados por catedráticos, e, ou, intelectuais; de fato, o único fruto que essas discussões ideológicas, teológicas, políticas, religiosas, econômicas, e tantas outras, conseguem produzir é apenas a dualidade "maniqueísta" que divide cada vez mais as pessoas em lados violentamente opostos que, como temos visto nos dias atuais, acabam polarizando a si mesmos e pervertendo o entendimento dos envolvidos, quer sejam aqueles que estão diretamente envolvidos nas discussões ou os que estão interessados em ouvir tais discussões sem fim; fazendo com que todos sejam contaminados com inúmeros venenos mentais como o ódio, a ignorância, a intransigência, a intolerância, e tantas outras coisas semelhantes. Por isso, também, é que o texto de 2 Timóteo 2.14 ressalta que tais discussões (contendas de palavras) "...Para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes.".
Repito que a Escritura Sagrada diz claramente em 2 Timóteo 2.24 que: "E ao servo do Senhor não convém contender.". Ainda assim, todo esse comportamento distorcido e vicioso que produz e alimenta diversos tipos de discussões tem encontrado cada vez mais espaço dentro das mais diversas congregações atualmente, infectando líderes e membros para que dediquem boa parte do tempo dos seus dias envolvendo-se nas mais variadas batalhas de palavras, faladas ou escritas, tanto no âmbito físico quanto no virtual, onde as redes sociais aparentemente têm um papel fundamental na potencialização do alcance e do impacto de cada frase dita ou escrita, tornando-as em focos quase inesgotáveis de polêmicas e novas discussões acaloradas, furiosas e animalescas entre as pessoas.
As contendas de palavras têm sido uma das principais estratégias do espírito do mundo para dividir a humanidade e enfraquecer as pessoas, os casais, as famílias, as amizades, as empresas, as congregações, as instituições, os bairros, as cidades, os estados e as nações; e mesmo assim as multidões não estão sendo capazes de ver que estão sendo usados como marionetes inconscientes em uma trama sombria, e subliminar, cujo "campo de batalha" é a própria sociedade; dessa forma permitem e colaboram para que pequenas diferenças e desavenças se tornem obstáculos gigantescos impedindo que os mais variados grupos e tribos sociais caminhem verdadeiramente na direção de um entendimento que os permita coexistir de maneira unida e pacífica, mesmo em suas diferenças.
No verdadeiro cristianismo, aquele que foi ensinado por Jesus e pelos apóstolos, não há espaço para esse tipo de comportamento social que são as contendas de palavras nem para nada que tente justificar tal procedimento utilizando a Escritura Sagrada como muitos tentam fazer; pois a grande verdade é que enquanto o Ego (carne) que há em nós estiver assentado no "trono" da nossa vida, ou seja, enquanto o Ego ditar a maneira como nos comportamos, seremos sempre escravos de viciados, em menor ou maior grau, nesse comportamento que gera, sustenta, se apega e se identifica com as mais diversas discussões sobre todos os temas sociais, desde os mais relevantes até os completamente insignificantes; e nos tornaremos capazes de tudo para defender as posições mentais e sociais do Ego, que adotamos como nossas, até mesmo ofender, ferir e até matar nossos semelhantes, inclusive dizendo que estamos fazendo isso "em nome de Deus". Infelizmente esse é o panorama da maior parte da sociedade atual.
Somente quando Cristo está verdadeiramente assentado no "trono" da nossa vida é que conseguimos ver além de todas as ilusões e fantasias sociais que têm colocado a humanidade contra si mesma; por isso também o próprio Jesus disse que veio para restaurar a visão dos cegos (Lucas 4.19), assim conseguimos perceber o quão inúteis são todas as contendas de palavras que infestam a sociedade e nos libertamos da influência opressiva que elas emanam sobre os indivíduos, assim como, nos livramos da necessidade viciosa de nos engajarmos em qualquer discussão; dessa maneira conseguimos manter sempre um pensamento e um comportamento racional, sereno e pacifico com todos, mesmo quando formos extremamente provocados, insultados, ofendidos e feridos pelos que estão nosso redor.
"A essência dos tolos é a contenda e o caos, mas a essência dos sábios é o silêncio e paz."
Esse é um dos motivos pelos quais os verdadeiros cristãos sempre viveram, e vivem, bem, sob quaisquer circunstâncias, mesmo no meio das maiores tempestades sociais e nas situações mais desfavoráveis e desafiadoras; enquanto os pseudocristãos estão sempre em frenesi, mesmo, e principalmente, nos momentos em que deveriam estar em paz consigo mesmos, com Deus e com todos ao seu redor. Se nos livrarmos das contendas de palavras, descobriremos uma vida muito mais pacífica e proveitosa para nós mesmos e para todos que tiverem qualquer contato conosco.
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