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"Tira da prata a escória, e sairá vaso para o fundidor." Provérbios 25.4

 


"Tira da prata a escória, e sairá vaso para o fundidor." Provérbios 25.4

Tire os excessos da sua vida, e o que permanecer servirá como matéria-prima para ser perfeitamente moldada de forma valiosa e útil.

Excesso é um dos conceitos-chave que definem e sustentam toda a mentalidade, a estrutura e o funcionamento da sociedade atual. Todos os dias nós somos convocados pelas mais diversas vozes sociais a "comungar" (tomar parte) dos mais variados tipos de excessos que existem na coletividade que nos rodeia; de modo que muitas pessoas, multidões inteiras estão se convencendo de que a vida nos excessos é o estado normal da civilização moderna. Assim sendo, mergulham de cabeça nesse estilo de vida sem se dar conta de que é justamente esse estilo de viver que vai tornar a experiência de vida das pessoas em algo muito mais difícil, e menos valioso, nas questões que realmente são as mais importantes para qualquer ser humano.

E por que os excessos sociais dificultam a nossa vida?

Porque eles "poluem" todo lugar onde podem ser encontrados, ou seja, assim como o excesso de roupas e acessórios em um closet torna mais confuso e difícil lidar com eles adequadamente, o excesso de pensamentos na mente de alguém também torna a tarefa de pensar claramente em algo muito mais complexo, bagunçado e caótico. Toda poluição produzida pelos excessos dos mais variados tipos dificulta, e até mesmo inviabiliza, nossa capacidade de modelarmos nosso estilo de vida de uma forma que seja realmente tão útil, versátil, bela e significante (na mais ampla acepção dessas palavras), quando pode ser; exatamente como as escórias fazem com a prata.

A escritora norte americana, e poetiza batista, Maya Angelou, disse certa vez: "Nós precisamos de muito menos coisas do que pensamos precisar.".

Se nos tornarmos conscientes dessa simples, mas transformadora, verdade,  perceberemos que ela se aplica não apenas nas nossas posses e bens de consumo, mas também em nosso comportamento; nossas palavras; em nossos pensamentos, sentimentos e emoções; nos nossos desejos, sonhos e ambições sociais; nos nossos relacionamentos e na maneira como lidamos com o meio-ambiente; assim como na forma como usamos a "dimensão" virtual; e até mesmo nas questões espirituais. Se integramos em nós o entendimento de que os excessos, tão desejados e aplaudidos pelas multidões, estão arruinando a vida dos indivíduos, seremos capazes de notar com grande clareza que nós estamos habitando uma sociedade formada  por pessoas atormentadas pelo excesso de tudo, desde excesso de opiniões, passando por excesso de preocupações, justificativas, vaidades, paixões, expectativas, desentendimentos, vontades aleatórias, informações, possibilidades, futilidades, rótulos e títulos sociais, "mestres", e muito mais; de modo que esse estilo de vida excessivo tem aumentado grandemente o peso e a pressão que os fardos sociais internos e externos exercem sobre a alma de cada pessoa que se permite viver dessa maneira condicionada, e disfuncional, que os mantém impedidos de compreender quem realmente são e como podem usar os talentos, dons e dádivas que possuem para descobrir seu real propósito de vida.

Eis então mais um dos efeitos nocivos dos excessos; eles nos distraem completamente do nosso propósito e fazem com que gastemos todos os nossos preciosos recursos, tempo, atenção, dinheiro, energia e até a fé, de maneira fragmentada e delirante. Jamais conseguiremos fazer com que a nossa existência seja significativa e plena se ela estiver repleta de excessos, da mesma maneira que um ourives jamais conseguirá moldar um excelente vaso de prata se a matéria-prima estiver repleta de escórias. Assim sendo, precisamos compreender de uma vez por todas que:

O excesso de opções gera dúvidas;

O excesso de coisas gera acúmulo;

O excesso de consumo (consumismo) gera fardo;

O excesso de pensamentos gera fadiga mental;

O excesso de trabalho gera desgaste;

O excesso de vontades produz ansiedade;

O excesso de religião dá origem ao fanatismo;

O excesso de religiosidade produz hipocrisia;

O excesso de sentimentos e emoções geram estresse;

O excesso de movimento gera esgotamento físico;

O excesso de expectativa produz frustração;

O excesso de tristeza dá origem a depressão;

O excesso de palavras gera perturbações;

O excesso de remédios produz doença;

O excesso de informação gera desinformação (confusão);

O excesso de amizades produz solidão;

O excesso de ambição gera ganância;

O excesso de sonhos gera delírios.

E assim por diante.

Por mais incrível que pareça, há no Japão, até mesmo um termo usado quando pessoas literalmente morrem por excesso de trabalho. Os japoneses chamam esse evento de "Karoshi".

E o que isso nos diz?

Nos diz que a sociedade, através do Senso comum e do Status Quo, conseguiu perverter, tornando excessivo, até mesmo aquilo que em princípio é algo tão benéfico quanto o trabalho; de modo que ao redor do planeta, o número de indivíduos que estão sendo atormentados por excesso voluntário de trabalho só cresce, gerando consequências físicas e psicológicas devastadoras; tal como tem ocorrido com bilhões que estão tendo de lidar com o excesso da fama, de expectativas, de objetos, de responsabilidades, de redes sociais, de luxo, de metas e objetivos, assim como de praticamente tudo que faz parte do chamado "estilo de vida atual".

O espírito do mundo conseguiu induzir as pessoas a pensar, equivocadamente, que excesso é o mesmo que sucesso, e por esse motivo grande parte da humanidade, inconscientemente, se tornou concubina dos excessos sociais, vendendo-se facilmente e voluntariamente a eles em todas as áreas da vida; sem se dar conta de que agindo assim, também estão cometendo o que a Escritura Sagrada chama de prostituição; uma vez que estão pervertendo tudo o que foi feito para ser obtido, usado e aproveitado de forma sadia, equilibrada e moderada; transformando tudo em uma corrida alucinada, voraz e insaciável na qual só o que importa é exceder, ou seja, se entregar cada vez mais aos excessos. Tais pessoas estão muito mais interessadas em usar seus preciosos recursos, talentos, dons e dádivas como meros meios para adquirir, participar e sustentar os mais variados excessos sociais do que em colocar tais recursos, dádivas, dons e talentos realmente à disposição do SENHOR para a construção solida(edificação) de um estilo de vida eficiente, útil, valioso e com propósito mais elevados.

Mesmo um número consideravelmente grande de indivíduos, homens e mulheres, dentro das mais diversas congregações, sejam membros ou líderes, ignoram o fato de que o excessos são um tipo de pecado que tem tido passagem livre na mente e na vida social moderna, pois não produzem nada além de desperdícios diversos de tudo o que realmente importa, mas tais pessoas, seduzidas pelas aparências, brilhos, sons, gostos, sensações que esses excessos podem provocar, continuam lutando e relutando para se enquadrar cada vez mais nessas distorções ilusórias que a sociedade diz constantemente que são indispensáveis na atualidade.

Embora o espírito do mundo faça absolutamente de tudo para esconder a verdade, todo cristãos genuíno sabe que o melhor estilo de vida social que podemos construir, sustentar e experimentar durante o nosso tempo sobre a face da terra é aquele desvencilhado de todos os excessos. Então após ler esse texto reflita por si mesmo(a), descubra que excessos há em você (internamente) e (externamente) no seu estilo de vida; torne-se consciente de, a quais excessos você está se apegando e isso abrirá uma porta para que você possa se libertar deles. Nesse momento você vai perceber que todos esses excessos estão mantendo você afastado(a) de tudo o que é realmente mais valioso, como a liberdade, a felicidade, a paz, a alegria e o amor. 

Retire os excessos da sua mente, assim como do seu estilo de vida, e a sua existência tomará, automaticamente, a forma ideal que Deus, o supremo artífice de toda a criação, quiser dar a ela, e essa forma será para você, a forma da perfeição.   

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