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“...Nem todos os que são de Israel são israelitas.” Romanos 9.6B



Na grande maioria dos textos que tenho compartilhado aqui, sempre procuro demonstrar claramente as diferenças entre cristãos e mundanos, não de forma comparativa, mas sim, na verdade, procurando pontuar as diferenças de uma maneira didática, ou seja, de um modo no qual a compreensão seja simples para construirmos entendimentos que nos levem a tomar ações praticas. Neste texto desejo abordar um pouco mais algumas questões relativas aos mundanos de modo que tenhamos uma melhor visão de quem eles são, como agem e que relação estão tendo com as congregações.

Assim sendo, a primeira coisa que devo esclarecer é: De quais mundanos estou falando?

É muito óbvio e comum pensarmos que pessoas mundanas são apenas aquelas que não conhecem a Cristo, não frequentam uma congregação e vivem completamente entregues aos hábitos e vícios nocivos da sociedade; mas não é deles que vamos conversar aqui. Na verdade, existe uma quantidade inimagináveis de mundanos dentro das mais diversas congregações, muitos deles ostentando cargos e títulos ministeriais, assim como posições de liderança ou destaque, porém, também há aqueles que apenas frequentam as congregações, mas não foram convertidos, ou, de alguma forma não concordam com o cristianismo; ainda que não digam isso abertamente, mas seus atos falam suficientemente alto e de forma incontestável.

Então, como identifica-los?

Basicamente, um mundano de congregação é aquele que se inclina para o mundo, ou seja, aquele cujas orações e petições que apresenta para Deus estão sempre ligadas aos seus próprios deleites (interesses pessoais, sonhos de consumo e segundas intenções); estes são os que a bíblia chama de amigos do mundo, os quais, mesmo fazendo parte de congregações, acabam tornando a si mesmos em inimigos de Deus, como foi dito em: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tiago 4.3-4. Eles são os que se permitem influenciar constantemente pelos pensamentos e mentalidades mundanas, quer sejam sociais, politicas, filosóficas, psicológicas, teológicas e outras, de modo que tentam e reproduzem dentro de suas congregações e em suas próprias vidas o Status Quo mundano, ou seja, o jeito como as coisas geralmente são feitas, pensadas, resolvidas e concebidas no mundo; do qual sempre estão seguindo o fluxo, as regras, os padrões, as convenções; obviamente, se ajustando ou ajustando-as de maneira que sirvam para beneficiar sua vida e suas vontades. Estas pessoas sempre existiram no meio das congregações, e ainda hoje estão "camuflados" entre os cristãos; são os que Paulo citou quando disse: "Porque todos buscam o que é seu e não o que é de Cristo Jesus." Filipenses 2.21

O mundano de congregação é aquele que vive no mesmo nível de existência que vê, e sempre viu, na sociedade a seu redor, ele não se dá conta de que há níveis superiores de experiência, onde os padrões são mais nobres e elevados, onde, por exemplo, a honra é mais valiosa do que vencer por vencer, ou, vencer a todo custo; onde o ser é superior ao ter, onde o valor individual de cada pessoa não é medido pela posição que ocupa na sociedade nem determinado pela sua profissão, cargo, "sucesso" ou conta bancária.

Os mundanos de congregação vagam pelo planeta fazendo todo tipo de coisas simplesmente porque não sabem o que realmente devem fazer; eles não sabem qual é o propósito maior da vida que lhes foi dada, eles sonham os mesmos sonhos e têm exatamente os mesmos objetivos, metas e desejos que os mundanos de fora, em gênero, número e grau. São muito ligados aos bens de consumo e dados ao consumismo, estão sempre em busca de uma tal felicidade que não conseguem encontrar, mesmo tentando alcançar as milhões de promessas que ouvem todos os dias das vozes do espírito do mundo que diz que, se fizerem algo ou adquirirem determinada coisa serão felizes, ou mais felizes, aliás, mundanos de congregação, assim como os de fora, são ludibriados por promessas de qualquer tipo com muita facilidade, pois compartilham de vaidades semelhantes, porém os que estão nas congregações procuram sempre disfarçar suas vaidades sob uma capa de espiritualidade.

Outra característica interessante dos mundanos de congregações é que eles estão sempre tentando a Deus, em busca do sobrenatural por meios da operação sem sentido de milagres e sinais, como podemos ver em: "E, chegando-se os fariseus e saduceus para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu." Mateus 16.1; exatamente como os mundanos de fora que passam a vida toda tentando se conectar com qualquer coisa que faça uma ligação entre eles e o desconhecido, sejam filosofias, ciências, pseudo-ciências ou quaisquer outras coisa, eles estão sempre em busca de algum sinal que lhes prove que o sobrenatural é real, uns buscam evidências físicas da origem da terra e da criação do universo, outros procuram por fantasmas, e alguns tentam encontrar vida inteligente no cosmos. De forma semelhante, os mundanos de congregação também passam a vida "super-espiritualizando" praticamente tudo; sempre procurando ver e demonstrar sinais variados e sem sentido que lhes mostrem o universo espiritual, ao ponto de se tornarem viciados em milagres, visões, sonhos e profecias, só para citar os exemplos mais notórios. Estes serão os que, no futuro, dirão: "Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?" Mateus 7.22; mas Cristo lhes responderá: "...Nunca vos conheci..." Mateus 7.23A. 

Além disso, os mundanos que congregam entre o verdadeiro povo de Deus, esforçam-se para manter a aparência de servos, mas o coração ainda mantem a mesma lógica de funcionamento dos mundanos de fora, apenas aplicadas em outras coisas, nas coisas que dizem respeito a congregação e relacionamento com os irmãos e com Deus; como foi revelado em: "Este povo honra-me com seus lábios, mas o seu coração está longe de mim." Mateus 15.8. Eles acreditam que as armas, técnicas, táticas, estratégias e caminhos usados pelas pessoas que não conhecem a Cristo também possam ser adaptadas e usadas dentro das congregações, e, com esse pensamento têm contaminado a si mesmos e a muitos ao redor. É justamente por este motivo que se faz tão importante para todo cristão verdadeiro saber identificar quem são os mundanos que estão disfarçados dentro das congregações, pois assim teremos plenas condições de nos mantermos imunes às palavras, influência e ações deles que tentarão a todo custo nos fazer viver como eles vivem e ver as coisas como eles vêem. Eles dirão que acreditam em Deus, mas vão negá-lo com seus atos; sendo vaidosos, arrogantes, enganadores, gananciosos, opulentos, invejosos, amantes de confusões e contendas de todo tipo, falastrões, colecionadores de glórias sociais, obstinados por fama e status, insatisfeitos e apegados aos bens materiais; em resumo, adoradores de si mesmos e das próprias vontades, como foi escrito: "...O deus deles é o ventre..." Filipenses 3.19.

Se mantivermos nosso espírito atento e nossos olhos vigilantes sempre conseguiremos identificar aqueles mundanos que estão dentro das congregações, não para atacá-los, nem para lutar contra eles, porque nossa batalha não é contra carne nem sangue, mas sim para que de alguma maneira possamos ajudá-los a finalmente abandonar o mundanismo que carregam no coração e abraçar o verdadeiro cristianismo; mas, se não quiserem nossa ajuda, ao menos poderemos nos manter imunes, assim como imunizar outros contra a influência confusa e nociva deles que desejam constantemente contaminar o máximo de pessoas que puderem. Mas todo cristão verdadeiro sempre mantém sua fé e sua vida na simplicidade de Cristo, andando, em tudo, como Ele andou.

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