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“Mas um samaritano...vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.” Lucas 10.33



“Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.” Lucas 10.33

A parábola do bom samaritano, provavelmente, seja a mais conhecida dentre aquelas ensinadas por Jesus, e embora ela seja, por si só, muito clara no conteúdo de ensinamento que transfere para nós; o fato é que apenas os verdadeiros cristãos realmente praticam o mesmo comportamento demonstrado por aquele samaritano. E é exatamente sobre esse comportamento cheio de nobreza que vamos conversar um pouco neste texto.

A parábola mostra um homem que foi roubado, espancado e deixado para morrer; este mesmo homem, ferido e sofrendo diversas dores, foi ignorado por um sacerdote que passou pelo local, assim como por um levita que também cruzou seu caminho; até que por fim, um samaritano, movido por íntima compaixão, tomou sobre si a responsabilidade de cuidar do ferido até que ele estivesse completamente sarado, inclusive arcando com as despesas geradas durante todo o tempo de recuperação do outro, como está escrito: “...Tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastardes eu to pagarei...” Lucas 10.35

Aqui está o ponto para o qual eu desejo chamar sua atenção; pois o samaritano se comprometeu a pagar do próprio bolso para que uma pessoa, que ele nunca havia visto antes na vida, recebesse os devidos cuidados para que voltasse a ficar plenamente recuperado. E é exatamente isto que os verdadeiros cristãos fazem ainda nos dias atuais, ou seja, pagam de seu próprio bolso para que pessoas desconhecidas possam receber tratamento médico adequado, justo e digno, para que fiquem completamente curados do que quer que os aflija. É dessa maneira que os verdadeiros cristãos cumprem o que está escrito em: "...Adoeci, e visitaste-me..." Mateus 25.36B; pois no contexto deste versículo, a palavra "visitaste-me" tem a conotação de "cuidaste de mim", logo, o entendimento completo contido neste verso é: "Fiquei doente e você cuidou de mim."; portanto, sabendo disso, os verdadeiros cristãos não apenas fazem visitas nos hospitais para orar, pregar para os enfermos e levá-los a Cristo, mas também, e principalmente, procuram ajudar àqueles que estão doentes pagando, cada qual segundo suas condições, pelo tratamento ou remédios, ou até mesmo por uma cirurgia em favor dos que necessitam.

Visitar pessoas nos hospitais, orar e pregar para elas são atitudes louváveis que jamais devemos deixar de praticar, e que sem dúvida agradam a Deus, mas está escrito: " E, se o irmão ou a irmã estiverem nus ou tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser:  Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?" Tiago 2.15-16. Semelhantemente, se alguém visitar outrem em um hospital ou em qualquer unidade de saúde, principalmente nas públicas, onde os pacientes que estão lá, doentes, sofrendo e esquecidos pelo poder constituído e pela sociedade, ficam amontoados aos montes ou em filas, visíveis ou invisíveis que jamais andam ou andam muito mais lentamente do que deveriam; orar e pregar para tais doentes, mas em seguida for embora apenas desejando que aquelas pessoas se recuperem ou que Deus as cure, certamente, também, nenhum proveito virá daí.

O fato é que cristãos sabem que eles são os enviados de Cristo para curar os enfermos, tanto por meio de oração e milagres quanto por meio de se dispor a pagar do próprio bolso para que outra pessoa que estejam passando por um momento de dificuldade na saúde receba o tratamento justo, digno e adequado para ser curado por completo; exatamente como fez o samaritano. Quando Jesus disse: "Ide...Curai os enfermos...de graça recebeste, de graça dai." Mateus 10.6-8; Ele também estava falando de levarmos a cura através deste tipo de boa ação, porque, a verdade é que algumas pessoas receberão fé para serem curadas milagrosamente por Deus através da oração e da unção que fizermos neles, segundo o ensinado em: "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor..." Tiago 5.14, mas há casos que isso não ocorrerá, e para estes, nós, como cristãos, também devemos oferecer a cura de Cristo, ainda que seja por meio de formas mais naturais, como através da compra de remédios, o pagamento de um tratamento ou de uma cirurgia que o paciente não tenha condições de custear. De um Jeito ou de outro, nós, os cristãos, levamos a cura de Cristo gratuitamente aos que necessitam, tal como Jesus determinou "...De graça recebeste, de graça dai.", e tal como o samaritano demonstrou na famosa parábola.

Agora. Imagine por um instante se todas as pessoas que se dizem cristãs pagassem por algum tratamento adequado, ou pelos remédios, ou uma cirurgia para alguém necessitado que está esperando e sofrendo há meses ou anos em enfermarias, corredores e filas dos hospitais públicos espalhados pelo país. Imagine se estas pessoas que se dizem cristãs fossem massivamente aos hospitais ou clínicas públicas, encontrassem alguém e o levassem para um hospital ou clínica particular e simplesmente pagassem as despesas das consultas, remédios, tratamento, ou cirurgia para que o outro ficasse curado e pudesse desfrutar da vida sem sofrimento. Se isso acontecesse, milhares de leitos ficariam vazios em pouco tempo e muitas filas que hoje existem no sistema público de saúde, assim como todo aquele grande número de pessoas sofrendo em corredores e cubículos hospitalares simplesmente desapareceriam, ou pelo menos seriam reduzidos drasticamente; além disso, o testemunho dessa ação cristã falaria tão alto glorificando a Deus, que até mesmo entre os mundanos, haveria grande louvor ao SENHOR por seu povo deliberadamente refletir a compaixão e a misericórdia do Criador de uma forma tão concreta, efetiva e nobre; sem qualquer outro interesse que não seja a total recuperação do seus semelhantes. Imagine isso. Imagine os mundanos dizendo entre si: "Os cristãos estão curando nossos doentes e acabando com as filas nos hospitais."

Muitos que estão dentro de congregações, incluindo "sacerdotes" e "levitas" ainda não têm a visão da importância destas boas obras demonstradas pelo samaritano, nos dias atuais, do efeito extremamente positivo que causaria na sociedade, mas os verdadeiros cristãos sabem perfeitamente o quão importante é realizar obras como estas, pois nos foi ensinado: "Que façam o bem, enriqueçam em boas obras..." 1 Timóteo 6.18; e, "...Para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." Mateus 5.16

Mas alguém pode pensar o seguinte: Eu concordo com o que você está dizendo, mas não tenho dinheiro nem condições para pagar os remédios, ou um tratamento ou uma cirurgia para outra pessoa!

Obviamente, alguém só pode custear totalmente as despesas médias de outrem se possuir condições financeiras para isso, mas se um cristão não tiver condições de pagar sozinho para que alguém necessitado receba a cura, então ele se une a outro cristão que também possua um coração inclinado a agir dessa forma; e se ainda assim eles dois não tiverem condições de fazê-lo, procuram se unir com tantos quantos cristãos encontrarem, pois certamente a união de vários cristãos será suficiente para pagar o tratamento de alguém necessitado de modo que não será um fardo pesado para nenhum deles. Além do mais, muitas pessoas estão sofrendo nas portas e filas de hospitais e clínicas públicas por não terem condições de pagar por remédios, tratamentos ou cirurgias simples que nem mesmo são tão caras para muitos de nós; de modo que o custo de pagar para que eles tenham acesso a ajuda que necessitam não se compara a satisfação e a alegria de ajudá-los a se recuperar, para a glória de Deus.

O ponto aqui é que todo cristão verdadeiro, sem exceções, age dessa maneira, tal como o samaritano, seja pagando sozinho (se tiver condições para isso), seja em conjunto com outros cristãos ou com sua congregação, e o fazem para demonstrar de modo concreto o amor verdadeiro que possuem pelo próximo, um amor não de palavras, mas de obras da fé, assim como para materializar a compaixão e a misericórdia divina na vida daquele que recebe este benefício. E como recompensa, os cristãos, adquirem a satisfação e a alegria de ver os outros plenamente recuperados, mas como se não bastasse, todo esse comportamento cristão ainda gera, naqueles que foram ajudados, muitos frutos de gratidão a Deus, pois o SENHOR enviou seus servos, como anjos, para levar ajuda, cura e vida no momento em que o espírito do mundo, os mundanos e os religiosos lhes viraram o rosto, passaram por longe e os deixaram  sozinhos para morrer.


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