“Vaidade de vaidades! É
tudo vaidade.” Eclesiastes 1.2
No passado, tanto em
épocas mais antigas quanto em outras pouco mais recentes, a humanidade cultuava
ídolos que eram conhecidos como deuses diversos; na Grécia, em Roma, no Egito,
nos países nórdicos, os Celtas, os Astecas, os Maias e os Incas são apenas
algum exemplos mais conhecidos da capacidade que o ser-humano possui de criar ídolos
de tal maneira que estes ídolos passavam a ditar e definir a forma como seus seguidores
viveriam. O tempo passou e a sociedade das mais diversas partes do planetas
chegaram à conclusão de que não fazia sentido cultuar tais deuses antigos, folclóricos
e mitológicos, afinal de contas a modernidade se apresentava, fascinante,
lançando “luz”, novos sons, novas cores e iluminando a mente humana nas mais diversas civilizações; algo
que ,em teoria, continua fazendo até os dias atuais, porém, com essa modernidade
novos "deuses" nasceram ou ganharam força e terreno no coração, mente e alma de
grandes populações ao redor do planeta.
Toda aquela legião de
ídolos antigos dominou sobre a vida das pessoas por séculos, tornando-os
escravos de estilos de vida totalmente direcionados ao tipo de ídolo que
veneravam, porém, conforme a modernidade avançava, ano após ano, a humanidade
percebia que seus novos anseios e desejos já não estavam mais alinhados com os
ídolos que existiam. Este é o momento em que tais ídolos são abandonados e
substituídos por outros mais contemporâneos, muito mais influentes e tão
dominadores e perigosos quanto os anteriores.
Desde o momento da queda da humanidade, por meio do pecado de Adão, o espírito do mundo passou a colocar em prática todas as suas estratégias de destruição em massa, para dominar, governar, machucar, torturar e aniquilar a raça humana; e uma dessas estratégias consiste em fazer as pessoas projetarem para o exterior de si mesmas, mentalmente, emocionalmente e espiritualmente, as partes mais profundas e obscuras da sua natureza corrompida e assumi-las como se fossem ídolos de suas próprias vidas, passando, dessa forma, a serem completamente governadas por tais ídolos; ou seja, muitos dos deuses mitológicos que por séculos governaram nações inteiras nada mais eram do que partes obscuras do espírito corrompido dos próprios seres-humanos projetados coletivamente na sociedade da época e assumidos como criaturas superiores.
E por que estou dizendo tudo isso?
Por que todo cristão pode ver claramente nos dias atuais, que o espírito do mundo continua usando exatamente essa mesma estratégia e conseguindo o mesmo sucesso do passado, a única diferença é que ele, calculadamente, substituiu os ídolos mitológicos, que não teriam mais capacidade de influenciar a sociedade por causa do avanço da modernidade, por outros ídolos mais modernos e contemporâneos das gerações atuais; estes sim com enorme potencial para serem plenamente idolatrados por toda a sociedade ao redor do globo.
E que ídolos modernos são esses?
A verdade é que há vários, uma verdadeira legião deles, e pretendo falar sobre alguns no devido tempo, mas neste texto vou abordar um dos que estão influenciando mais toda a sociedade em que vivemos. A Vaidade. Isso mesmo, nossa velha conhecida; a vaidade humana que sempre existiu até mesmo em épocas mais antigas, e que permitiu que o rei e sábio Salomão pudesse detectar a ação dela tanto na sua própria vida como na das demais pessoas da sociedade da época, a ponto de declarar: " Vaidade de vaidades! É tudo vaidade." Eclesiastes 1.2; mas que de algum tempo pra cá, e muito mais atualmente, tem sido cultuada, incentivada, glorificada, louvada e idolatrada de uma forma absurdamente abominável por toda parte, inclusive dentro de congregações por pessoas que se dizem cristãs, mas que ainda não se converteram realmente.
A vaidade é um dos muitos traços da personalidade obscura e corrompida do ser humano que tem sido projetada massivamente na coletividade, passando a governá-la, de modo que praticamente tudo o que as pessoas pensam, falam, sentem e fazem está ligado às suas vaidades em algum nível. Olhe em volta por alguns momentos e veja a nossa sociedade; você não terá dificuldades em notar que a vaidade humana agora ocupa a posição de ídolo e está no controle de bilhões de pessoas, quase toda a raça humana está ajoelhada diante dela; isso significa que as pessoas estão vivendo quase que unicamente para realizar e atender suas próprias vaidades, sem se importar com o quão absurdas e nocivas sejam, seus sonhos são vaidade, seus objetivos e metas são vaidades, suas vontades e desejos são vaidades, suas casas, carros, roupas, objetos, empregos, cargos, pensamentos, sentimentos, emoções, palavras e ações, tudo baseado em suas vaidades mais profundas.
As pessoas estão cada vez menos preocupadas e atentas para construir suas vidas de modo que suas necessidades verdadeiras sejam satisfeitas de forma moderada, com sabedoria e simplicidade, pelo contrário, elas estão buscando, em todas as áreas da vida, construir um estilo que esteja completamente submisso às luzes, sons, formas e cores das suas vaidades; cultuam a "beleza", status, poder, dinheiro, fama, glamour, destaque, autoridade, controle e todo tipo de "glórias" que o espírito do mundo colocou nos reinos desta terra, obviamente, não há nenhuma nobreza em tais vaidades, apenas egoísmo. O grande problema é que idolatrando a vaidade dessa forma, constantemente buscando, desejando e adquirindo suas glórias, riquezas e símbolos, tais pessoas também estão idolatrando o próprio espírito do mundo que foi quem ofereceu tudo isso a eles ao conceber essa estratégia astuta e perniciosa.
Todos os cristãos devem estar sempre atentos e vigilantes para proceder exatamente como o exemplo deixado por Jesus quando foi tentado pelo espírito do mundo a ceder diante das vaidades que haviam na terra, este episódio foi relatado na conhecida passagem que diz: "Novamente, transportou-o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isso te darei, se prostrado, me adorares." Mateus 4.8-9. Felizmente para nós, Jesus não se interessou em viver uma vida de vaidades nas glórias dos reinos mundanos e é exatamente dessa forma que os cristãos se comportam ainda hoje.
As pessoas que vivem em suas vaidades são aquelas que não recusaram a oferta de receber as glórias dos reinos mundanos, e ao contrário de Cristo e dos cristãos verdadeiros, elas estão prostradas diante do espírito do mundo adorando-o, sendo governadas "indiretamente" por ele, e mesmo estando dentro de congregações, agem como os mundanos, ou seja, querem destaque a todo custo, sempre desejam mais do mesmo (mais dinheiro, mais poder, mais status, mais glamour e etc...), sempre querem mostrar seu valor através do que possuem, querem impressionar todos ao redor, estão sempre se comparando com outros, são extremamente competitivas, buscam adquirir e acumular o máximo possível de tesouros e glórias terrenas; mas como está escrito: "...a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas." Filipenses 3.19B.
Eles acham que servir às vaidades pode elevar suas vidas a um patamar de sucesso extremo, mas não percebem que essa é apenas mais uma das ilusões do espírito do mundo, de modo que não compreendem que tais vaidades não são bençãos divinas, mas sim faíscas da corrupção que há dentro deles mesmos, e que tentar satisfazê-las não funciona porque a vaidade nunca se satisfaz, pelo contrário, ela consome e age como um devorador que engole de modo voraz toda a vida das pessoas, as afasta da Verdade e as aproxima do egoísmo, sofrimento, da angustia e da perdição; como está escrito: "O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre..."Filipenses 3.19A. Entenda que o ventre aqui nesta passagem é usado como alusão ao interior das próprias pessoas.
Portanto, uma das maiores tarefas, ou desafios, de todo cristão, principalmente nos dias atuais, e quanto mais a modernidade avançar, é não se deixar seduzir e dominar por esse ídolo moderno, a vaidade, que governa a sociedade com uma influência cada vez maior e que tenta até se infiltrar entre os escolhidos. Nosso dever como cristãos é viver adequadamente, baseados nos exemplos e nas palavras de Cristo para manter tanto nossa própria vida quanto as congregações puras e longe das garras dessa abominação.
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