Pular para o conteúdo principal

"Não sejamos cobiçosos de vanglórias..." Gálatas 5.26



Eis aqui mais um versículo simples e poderosamente libertador, principalmente nos dias atuais, que vai na direção completamente contrária daquela em que a sociedade tem navegado sob a influência do espírito do mundo.

Grande parte do que vemos em quase todos os lugares e ambientes é um intenso incentivo para que todas as pessoas desejem ardentemente, e cada vez mais, todo tipo de glórias sociais para suas vidas; e não se engane, pois isso tem acontecido inclusive dentro de muitas congregações que se dizem cristãs. Mas antes de prosseguir com o entendimento que desejo compartilhar, deixe-me esclarecer dois pontos importantes:

Primeiro: Note que logo acima eu usei e destaquei a expressão, “desejem ardentemente”, e fiz isso de propósito porque ela se enquadra perfeitamente no contexto do versículo título desse texto, a saber: “Não sejamos cobiçosos de vanglórias...” Gálatas 5.26a.  A palavra “cobiça” significa exatamente isso, “desejo ardente”. Da mesma forma, usei a expressão “glórias sociais” porque ela é o exato significado prático para o que o versículo chama de vanglórias; cuja essência quer dizer glória sem importância real, falsa, ilusória. Portanto, se sabemos que vanglórias são glórias sociais mundanas sem importância real, então podemos concluir que a mensagem vital transmitida em Gálatas 5.26a, é: “Não devemos desejar ardentemente as glórias sociais mundanas, porque elas não têm importância real, são falsas e ilusórias.” Esse entendimento aplicado na prática é algo que pode ser facilmente observado na vida de todos os verdadeiros cristãos através dos séculos, dentre os quais temos como grandes exemplos bíblicos os próprios apóstolos de Jesus. Lembre-se que Paulo disse certa vez: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.” 1 Coríntios 11.1

Além disso, deixe-me esclarecer outro ponto importante que abrirá ainda mais os nossos olhos sobre este tema. Pense por um instante. Você saberia dizer, exatamente, o que são essas glórias sociais mundanas?

A maioria absoluta das pessoas não-convertidas, ou seja, aquelas que não conhecem verdadeiramente a Cristo, vivem constantemente, dia após dia, desejando ardentemente, sonhando incessantemente e lutando, muitas vezes fazendo grandes, e muitos, sacrifícios para conquistar e possuir os símbolos de distinções sociais, como, uma casa maior ou um apartamento de luxo em um bairro mais valorizado; um ou mais carros (novos ou semi-novos) que reflitam seu poder aquisitivo a cada ciclo de anos, mesmo que não precisem realmente; roupas e assessórios que deixem claro para todos ao redor o nível social em que tal pessoa está, ou finge estar. Buscam ter profissões, ocupar cargos, postos e posições de liderança para demonstrar, sem deixar dúvidas, sua capacidade de ser superior aos demais. Há bilhões de pessoas vivendo dessa forma, de modo que todas estas coisas, para elas, são os desejáveis tesouros terrestres, símbolos sociais e glórias pessoais que são perseguidos não de forma racional, moderada e modesta, mas sim de maneira irracional, quase selvagem, por pura vaidade, desejo de se sentir superior e demonstrar tal superioridade; tampouco são buscadas para que sejam usadas em favor dos que precisam, mas sim para gerar admiração, aplausos, invejas e até adoração e uma abominação chamada, nas congregações, de "inveja santa", como se um sentimento tão baixo, mesquinho, egoísta e maligno pudesse, de alguma forma, ser santo.

Mas essa tal "inveja santa" já é um sintoma claro de que o espírito do mundo caminha livremente difundindo seus conceitos de evangelho distorcido entre muitos que se dizem cristãos. O fato é que o propósito das pessoas que estão desejando ardentemente estas glórias sociais é unicamente se distinguir, se diferenciar, se destacar, se sobressair dos demais no contexto social, para que sejam aplaudidos, admirados, adorados, seguidos, desejados e até invejados, tanto por conhecidos, familiares, amigos, colegas de trabalhos ou escola e até por irmãos de congregação, quanto também por desconhecidos onde quer que passem ou estejam; mas o que eles não percebem é que "...A glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas." Filipenses 3.19

O espírito do mundo ensina às multidões a querer serem glorificadas pelos bens e posses que possuem ou desejam possuir, assim como pelas posições sociais que ocupam ou almejam ocupar; como se o valor da vida de uma pessoa aumentasse de acordo com a quantidade de bens, posses e status social que ela conquiste, alcance ou possua; e é exatamente esse modelo mundano de estilo de vida que gera distorções como a mentalidade absurda de quanto mais uma pessoa tem, mais ela vale, ou, quanto menos possui, menos vale; esta é uma máxima social seguida à risca em inúmeras instituições e ambientes mundanos, assim como praticada por multidões de maneira inconsciente; ou seja, em determinados locais, raramente você verá pessoas abastadas sendo tratadas da mesma forma que aquelas que não possuem muito ou passam por necessidade; algo que não deveria acontecer em nenhum lugar e muito menos dentro de congregações, porque na verdadeira Igreja de Cristo todos são iguais independente de cargos, profissões, salários, posições, bens, status ou posses; porque como bem disse Pedro em Atos 10.34: "...Deus não faz acepção de pessoas.".

A sociedade mundana divide friamente as pessoas que têm o mesmo valor, enquanto humanos, em classes distintas com níveis de glória social diferenciada, ou seja, mais glória para os que estão nas classes consideradas melhores. E isso gera um desejo desesperado e frenético de grande parte dos que estão nas classes consideradas inferiores de modo que passam a tentar de tudo para se elevar, ou, pelo menos, se aproximar dos patamares considerados superiores, mesmo que para isso tenham de se sacrificar, e se tornar escravos de uma vida de aparente plenitude material, mas baseada sobre dívidas, ansiedades, insegurança financeira, consumismo, materialismo, opulência, ostentação, estresse, excessos e fantasias.

Não me entenda mal, pois não há nada de errado em viver uma vida confortável, abundante, próspera e rica, desde que todas essas coisas sejam segundo a visão de Deus e não segundo a visão do mundo. Além do que, o grande erro está em acreditar que posses, bens materiais e status são coisas capazes de tornar alguém superior a outrem. Essas sensações sociais de superioridade não passam de ilusões mundanas criadas apenas para inebriar àqueles que se deixam seduzir e enganar por tais pensamentos, tornando-os escravos de todo esse materialismo; e é por esse motivo que tais glórias são vãs, porque todas elas não passam de distrações ilusórias, ainda que grande parte da sociedade acredite firmemente que são reais e façam de tudo para consegui-las.

Tais vanglórias têm a capacidade de nos desconectar do real significado da vida, nos enganam quanto ao verdadeiro valor das pessoas e superdimensionam a importância das coisas, adulterando nossa mente e fazendo-nos crer que coisas valem mais do que pessoas, ou que algumas pessoas valem mais do que outras por causa das coisas que possuem (que loucura!). Isso também nos faz viver uma vida fútil, superficial e irreal, repleta de vaidades, ilusões e devaneios socialmente e amplamente considerados como aceitáveis, e como fruto desse estilo de vida, brotam em nosso coração espinhos agudos como comparações pessoais sem sentido, ansiedade e o estresse por tudo que se deseja ter e conseguir, assim como a desvalorização de tudo o que já se tem e conquistou, e ainda, como se fosse pouco, gera um esfriamento do amor com o qual devemos tratar nossos semelhantes; causando indiferença para com todos aqueles que, segundo o mundo, não estiverem na mesma classe social ou "nível" que nós. 

Estes "espinhos" fazem com que os mundanos depreciem-se uns aos outros e faz com que aqueles que estão dentro das congregações se passando por cristãos não consigam usar as sementes da Palavra Santa para produzir os verdadeiros frutos que Deus deseja para todos os verdadeiros cristãos, como está escrito na famosa parábola do semeador: "...Caiu entre espinhos, estes são os que ouviram, e, indo por diante, são sufocados com os cuidados, e riquezas, e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição." Lucas 8.14. Não importa o quanto pareça que tais pessoas estão dando frutos com perfeição, grande parte dos aparentes frutos que demonstram produzir, casas, carros, posses,  bens, cargos, status, fama, fortuna e etc..., são na verdade, vanglórias, e essas vanglórias os impedem de produzir os verdadeiros frutos tanto materiais quanto, e principalmente, espirituais. Portanto, devemos tomar muito cuidado com aqueles que querem plantar essa filosofia em nosso coração e mente.

Cristãos verdadeiros sabem que "A vida de qualquer não consiste na abundância do que possui." Lucas 12.15; em outras palavras, nós não somos nossas posses e bens, nós não somos nosso dinheiro, nós não somos nossos empregos e cargos; não importa o quanto tenhamos ou quão alta seja nossa posição, nós não confundimos as coisas. Nossa glória não é vã, nem é terrena ou mundana, na verdade, toda glória em nossa vida vem unicamente do fato de Jesus Cristo viver em nós e através de nós; ter nos chamado, escolhido, justificado, resgatado e salvado; ou seja, O SENHOR é a nossa glória, como Paulo Apóstolo bem ensinou: "Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor." 1 Coríntios 10.17. Nós, cristãos, nos dedicamos muito mais às boas obras, a benevolência e ao amor para com todos, do que a essa insanidade social de busca desesperada e desenfreada por receber admiração através de possuir glórias materiais desnecessárias, mesmo que o mundo, por meio da sociedade, engrandeça, incentive e aplauda apenas as pessoas que o fazem.

Nós vivemos no mundo, mas não pertencemos ao mundo, portanto, não pensamos nem agimos segundo a lógica dele.

Comentários

  1. Nossa que escalrecimento profundo e verdadeiro a respeito desse versículo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá!
      Obrigado por comentar.
      Que Deus dê paz, saúde, sabedoria e sucesso a você.
      Grande abraço.😊

      Excluir
  2. Glórias sejam dada ao nosso Senhor Jesus Cristo por todo este esclarecimento. Ao ler o trecho do versículo que já está sublinhado em minha Bíblia desde muito tempo, resolvi buscar mais entendimento e encontrei está preciosidade. Que Deus te abençoe sempre e continue trazendo esclarecimento a igreja do Senhor, pois, precisamos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá! 😊
      Fico contente em saber que o texto foi útil a você de alguma maneira.
      Louvo a Deus por ter trazido você aqui ao blog.
      Obrigado por deixar o seu comentário, pois já é uma grande bênção de Deus para mim.
      Que a divina luz de Cristo ilumine você poderosamente e abençoe a todos ao seu redor.
      Grande abraço.💖👍

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pedis e não recebeis, porque pedis mal... Tiago 4.3

"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." Tiago 4.3 Esta, sem dúvidas, é uma das frases mais conhecidas do livro de Tiago, mas durante algum tempo tive certa dificuldade de me aprofundar na grande lição contida nela. Será que você já conseguiu extrair deste versículo algo além daquilo que está na superfície? É o que tentaremos fazer agora. Creio que o hábito de pedir seja o mais intuitivo, natural e automático que possuímos, principalmente porque Jesus disse: "Pedi e dar-se-vos-a..." ; "o que pede recebe" e ainda, "tudo que pedirdes em meu nome eu o farei..." Somos ensinados e acostumados a pedir; há alguns até que se tornam viciados em fazê-lo, alguns tratam o Senhor absoluto do universo como se Ele fosse uma espécie de "gênio da bíblia", ou seja, na mentalidade destas pessoas Deus serve apenas para realizar seus desejos não importando o quão banais, vaidosos, egoístas, hedonista

"...Um dia para o SENHOR é como mil anos..." 2 Pedro 3.8

"Mas, amados, não ignoreis uma coisa: Que um dia para o SENHOR é como mil anos, e mil anos, como um dia."   2 Pedro 3.8 Agora é hora de quebrar um grande mito. Um tipo de crença religiosa que tem impedido muitos de enxergar um pouco mais a grandeza de Deus. Em um texto anterior falei sobre o   tempo das coisas , mas neste texto vamos conversar brevemente sobre o suposto tempo de Deus. Provavelmente você já tenha ouvido alguém falar, ou já falou, a seguinte frase:   Não é o tempo de Deus. Embora eu compreenda o que tal frase quer dizer, creio que há alguns pontos importantes sobre ela que devemos conhecer plenamente para melhorarmos tanto o nosso conhecimento do SENHOR quanto nosso relacionamento com Ele. Certa vez li uma frase atribuída ao físico alemão Albert Einstein que me ajudou bastante a compreender o entendimento que compartilho nesse texto com você. Eis a frase: "A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistent

“Clama a mim, e responder-te-ei...” Jeremias 33.3

“Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.” Jeremias 33.3 Deus nunca se cala. Ele está sempre falando conosco, sempre nos respondendo, mesmo quando nos negamos a ouvi-lo; tal como está escrito em Jó 33.14, que diz: "Antes, Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso." . Uma vez que qualquer pessoa clame a Deus a respeito de alguma situação ou petição, seja qual for; como foi escrito em Filipenses 4.6, que diz: “...Antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graça .” . Ele próprio afirma no texto de Jeremias 33.3 que responderá. E porque estou falando algo tão óbvio assim? Porque tenho percebido que para muitas pessoas não é tão óbvio; na verdade, já perdi as contas de quantas vezes eu ouvi alguém falar que orou, clamou, pediu e suplicou a Deus a respeito de algo, mas Ele não respondeu. Já ouvi pessoas falarem isso, ou algo semelhante, tant