“Instrui o menino no caminho que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.” Provérbios 22.6
Quero começar este texto dizendo que desejo apresentar uma abordagem diferente do conhecido versículo 6 destacado de Provérbios 22; desejo demonstrar aqui que o mundo, desde muito cedo, aprisiona a mente das pessoas, quando ainda são crianças, de modo que elas só consigam enxergar aquilo que ele (mundo) quer que vejam; dessa forma, quando crescem, o espírito do mundo consegue manter boa parte da humanidade caminhando sempre da maneira que ele deseja, trilhando o caminho dos enganos, combatendo arduamente em batalhas erradas, vivendo sem direção e correndo em círculos dentro de redomas e caixas mentais construídas com o único propósito de acumular peso em nossas almas e causar dor em nossas mentes. Também vou compartilhar como podemos nos proteger e até mesmo nos libertar da visão distorcida que o mundo implanta nas pessoas desde a infância, e com este conhecimento você será capaz de, se tiver filhos, mantê-los imunes e fazê-los enxergar desde cedo qual é o verdadeiro caminho no qual precisam permanecer trilhando. Além disso também poderá usar este entendimento em sua própria vida, não importa a idade que possua.
Você alguma vez em sua vida já ouviu a seguinte pergunta: O que você vai ser quando crescer?
Quando fizeram esta singela pergunta a você; qual foi a sua resposta? Talvez você ainda lembre, ou, talvez não. Talvez você tenha alcançado o que disse ou talvez não; não importa. Alguns disseram que queriam ser médicos, advogados, professores, jogadores de futebol, modelo, astronautas, atrizes, bombeiros e todo tipo de profissão que podemos imaginar. Quando crianças não tínhamos como saber o quão maliciosa é essa simples pergunta, mas sabe o que eu descobri? Não importa qual tenha sido a resposta que você e eu demos todas as vezes que fomos perguntados sobre o nosso futuro, porque muito provavelmente todas as nossas respostas estavam completamente erradas.
Como assim?
Você deve estar pensando que eu nem mesmo conheço você, tampouco sei quais foram suas respostas para esta pergunta através dos anos, então como posso afirmar que você estava errado(a). É muito simples, eu sei disso porque todas as minhas respostas também estavam erradas, não importa o quanto eu desejasse estar certo e não importa a minha boa vontade para responder com a máxima sinceridade do meu coração.
O fato é que para responder aquela pequena pergunta capciosa; a saber: “O que você vai ser quando crescer?”. Só há uma única resposta que realmente faria sentido e nos colocaria no caminho da liberdade, espiritual, física e emocional, mas a maioria absoluta das pessoas nem mesmo imagina qual seria.
E qual resposta seria essa?
Tanto você quanto eu precisávamos, na verdade, responder o seguinte: Quando eu crescer vou ser realizado. Simples assim. Esta é a resposta certa; porque diferentemente de qualquer outra resposta comumente dada em forma de uma profissão, esta não condiciona nossa vida a algo específico como um emprego ou tipo de ocupação, cargo ou nível social. Quando uma criança responde que deseja ser médico ou advogado ou qualquer outra coisa, ela não sabe, mas a mente dela começa automaticamente a condicionar sua realização como pessoa ao fato de ela ter de ser aquilo que disse, esta é a primeira armadilha contida nessa simples pergunta.
Mas quando crianças não tínhamos como saber a resposta certa, porque todas as ocasiões em que nos fizeram esta pergunta, nós ainda não possuíamos maturidade para saber como o mundo funciona e pensar com profundidade nas armadilhas escondidas por detrás de frases aparentemente inofensivas que nos rodeiam desde cedo. E por este motivo muitas pessoas foram atraídas e aprisionadas por tais armadilhas sem nem mesmo se dar conta de quais eram e onde estavam.
Não sei se você conseguiu perceber a sutileza da diferença nas respostas convencionais que todos geralmente dão e naquela que realmente vai nortear vida de alguém na direção certa, mas, por exemplo, quando uma criança é obrigada a pensar tão cedo sem ter qualquer informação e tomar uma decisão, mesmo que por brincadeira, seja dizendo que vai ser médico, professor, jogador ou exercer qualquer outra atividade; o espírito do mundo está inconscientemente condicionando sua mente a pensar que o sucesso na vida e realização estão atrelados àquela profissão; algo que não é verdade absoluta. Quando as pessoas fazem esta pergunta para qualquer criança, elas também não se dão conta, mas também estão sendo manipuladas e colocando seus filhos em uma das armadilhas do mundo que por sua vez tenta fazer com que a criança comece a pensar desde cedo em qual profissão será melhor apostar suas “fichas de felicidade”, ou seja, qual profissão será mais rentável, qual profissão trará mais status, qual profissão lhe trará mais visibilidade dentro dos seus círculos. Em outras palavras, em qual “caixa social” irão viver; e é exatamente aqui que a armadilha se instala. Em outras palavras, desde a infância, o espírito do mundo ataca pesadamente para fazer com que cada ser humano escolha uma caixa mental/social, entre e viva nela para sempre.
E por que saber isso é tão importante?
Porque saber que sua realização verdadeira não depende de nenhum fator externo vai tirar todo peso e amenizar grandemente a pressão que a sociedade, através de familiares, parentes; e com o passar do tempo, colegas, professores, amigos e mesmo desconhecidos, fará sobre essa criança desde muito jovem até que se tornem adultos; crianças que não foram ensinadas e não perceberam isso se tornaram adultos que vivem completamente no automático, muitos possuem a profissão que declararam na infância e ainda assim se sentem completamente vazios por dentro; há também aqueles que mudaram sua opinião durante a vida, mas também não se sentem realizados. E atualmente boa parte destas pessoas está enfrentando batalhas contra a frustração e depressão.
Ninguém lhe diz que o realmente importante é que você se torne uma pessoa verdadeiramente realizada, independente do trabalho que desenvolva ou do emprego que tenha, pois nossa profissão é apenas uma parte da nossa vida, logo, se vivermos como se fossem o todo, causaremos distorções agudas muito conhecidas por todos nós, como, casamentos que se desfazem, famílias sem união, saúde que se perde, espiritualidade que é ignorada e vida superficial, apenas para citar algumas. A omissão da verdade gera uma grande confusão, criada no passado de boa parte da população, que está cobrando um preço muito alto hoje em dia. A verdade é que sua profissão ou o emprego que você tem não é o ponto principal de sua realização como ser humano, mas infelizmente milhões, talvez bilhões, de pessoas acreditam que quanto maior o cargo que alcançarem, quanto mais dígitos tiver em sua conta bancária ou quanto mais bem visto pela sociedade o ofício que possuírem mais felizes serão, ou, quanto mais dinheiro ganharem mais realização possuirão, ou ainda, que determinados empregos tem mais capacidade de gerar felicidade do que outros considerados menos importantes; o que eles não se dão conta é que tudo isso não passa de uma grande farsa cuidadosamente desenvolvida e confeccionada pelo espírito do mundo.
Não sei se você tem conhecimento do que vou dizer em seguida, mas o fato é que grande parte das pessoas no Brasil simplesmente não gosta do trabalho que tem, incluindo médicos, advogados, engenheiros, juízes e outros; elas trabalham suportando cada dia em um silencioso desespero e esperando avidamente que o próximo fim de semana chegue, ou que o próximo feriado venha, ou as férias ou as folgas ou qualquer coisa que as mantenha afastadas de fazer o que fazem; para boa parte da população, seus empregos e profissões são encarados muito mais como um mal necessário do que como um meio de realização de vida. E isso acontece, em parte, porque tais pessoas foram doutrinadas desde a infância com a farsa de que a felicidade e a realização estavam em alguma profissão que não foi alcançada, ou não foi alcançada da forma como eles aprenderam que deveriam. Por exemplo: Uma criança que queria ser médica, mas que se tornou professor quando adulta, pode, secretamente, não se sentir realizada completamente.
Também há aqueles que trilharam o caminho que disseram desde o início e se tornaram aquilo que desejavam quando criança, e mesmo entre estes, muitos ainda sentem que falta algo, sentem que a realização pessoal está incompleta, é nessa hora que caem em mais uma armadilha do mundo, pois como está escrito: “Um abismo chama outro abismo…” Salmos 42.7. Eles tentam completar suas vidas por meio do consumo desenfreado de bens, serviços e experiências diversas algumas até de natureza ilícita e obscura; entregam-se ao consumismo, que obviamente os torna ainda mais escravos do que já eram antes; ou passam a entregar suas vidas a todo tipo de vícios destrutivos como bebidas, drogas (lícitas ou ilícitas), luxúria e outras.
E você sabe o que isso significa?
Significa que estas pessoas não trilharam nem estão trilhando o caminho da realização, que é o caminho que Jesus trouxe para todos nós; como Ele mesmo diz: “eu vim para que tenham vida e a tenham com em abundância”. João 10.10b Abundância de vida significa plenitude, e plenitude significa realização completa. Elas escolheram seus empregos ou trabalhos, algumas conseguiram e outras tiveram de fazer vários ajustes pelo caminho, mas não perceberam que o foco estava no lugar errado desde o princípio. Um médico pode ser uma pessoa realizada, mas também pode não ser, por mais triste que seja falar isso, eu mesmo conheci pessoalmente um médico conceituado em minha cidade que um dia, para o espanto de todos que o conheciam, tirou a própria vida. Um professor pode ser uma pessoa realizada, mas pode, também, não ser. Toda profissão ou emprego tem o potencial para realizar as pessoas, mas também tem o potencial para não fazê-lo. E qual é a diferença?
A diferença é a consciência individual, ou seja, se a pessoa estiver consciente desde cedo de que o mais importante é se tornar alguém verdadeiramente realizado, primeiro como pessoa e depois como profissional, e não, apenas, alguém com certo cargo ou posição; isso mudará completamente o jogo. Atualmente existe um número absurdo de pessoas que declararam sofrer de algum grau de ansiedade e depressão; e um número ainda maior de pessoas que sofrem em silêncio; também já há quase que um consenso aceitando que ter algum grau de depressão nos dias de hoje é normal, mas não é. E você sabe por que as pessoas estão cada vez mais sentindo-se deprimidas? Porque elas estão fazendo de tudo, procurando por serem aceitas, por riqueza, por alta posição, acúmulo de bens e por uma série de coisas que, até faria algum sentido se, e somente se, elas estivessem trilhando o caminho de sua realização como pessoa, mas não estão.
Hoje, há médicos deprimidos, estressados e ansiosos, psicólogos deprimidos, estressados e ansiosos, policiais estressados, deprimidos e ansiosos, vendedores deprimidos, estressados e ansiosos; contadores, frentistas, gerentes de banco, promotores, motoristas e toda gama de trabalhadores e profissionais sofrendo exatamente das mesmas coisas, como numa grande epidemia, sem saber exatamente o porquê. A sociedade está ficando cada vez mais doente e achando que isso é normal, que faz parte da vida social moderna, do desenvolvimento ou do progresso, mas não faz. Não é por coincidência que as mesmas dores estão atingido multidões em todas as classes sociais e em todos os países do globo terrestre. A verdade é que o espírito do mundo não respeita classe social, ele está sempre usando as mesmas armas e armadilhas repetidas vezes em todas as partes do planeta e em cada ser-humano.
Você pode estar pensando que tudo isso é exagero, pois uma simples e inofensiva pergunta feita na infância não seria capaz de gerar tamanho estrago. De certa forma isso é verdade, porque não é apenas aquela pergunta, mas sim um grande conjunto de armadilhas orquestradas a partir dela, que vão se conectando e acumulando através dos anos, entretanto a pergunta é o princípio de toda esta cadeia; é ela que inicialmente nos doutrina a pensar de maneira reduzida, olhando para apenas uma parte de nossa vida como se fosse o todo e ignorando o panorama que por sermos jovens à época, não tínhamos ainda condições de considerar da forma correta.
Se você quer proteger seus filhos de enveredar pelo caminho que os mundanos estão trilhando, não faça tal pergunta a eles durante a infância, pelo contrário, ensine-os primeiramente a ser felizes e realizados como pessoa, para que a partir disso ele possa escolher uma ocupação ou profissão onde possa empregar seus talentos e dons a fim de multiplicá-los e, com isso, ajudar o máximo de pessoas possível, não importa se ele seja um vendedor de calçados, professor, advogado etc… O caminho da Vida abundante, que é o próprio Cristo, ensina que, felicidade e realização vêm antes das demais coisas; como está escrito: “Mas buscai primeiro o reino de Deus…” Mateus 6.33a. O reino de Deus é felicidade, realização, alegria, amor, paz, saúde, gratidão, justiça etc… Quando encontramos as coisas do Reino primeiro, as demais coisas passam a não ter mais o poder de nos deprimir, estressar ou roubar nossa alegria, na verdade, todas as demais coisas nos são dadas na medida que poderemos usar da forma correta com moderação e simplicidade sem que elas nos imponham peso extra para carregarmos; “...e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.33b
Plante na mente e no coração do seu filho que felicidade e realização independem de status social, dinheiro, fama, posição, profissão, posses ou qualquer coisa como essas; fazendo isso você estará libertando-o da armadilha do mundo e mostrando O Caminho da verdadeira Vida onde não há depressão, ansiedades, frustrações nem qualquer outra das dores mundanas. Ensine seu filho a trilhar o caminho da liberdade plena, espiritual, física, mental; e quando ele crescer será uma pessoa completa e verdadeiramente realizada, pois é isso o que realmente importa, e essa também é a vontade de Deus para todos.
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