"O peso e a balança justas são do senhor..." Provérbios
16.11
Justiça é o segundo nome do cristão e antes que você se pergunte, o
primeiro nome é amor. Esta postagem se propõe a falar um pouco sobre a justiça
nossa de cada dia, mas não vou abordar as questões espirituais mais específicas
relativas ao tema; meu foco aqui é dar uma visão mais básica e prática para
aplicarmos em nosso cotidiano e no nosso trato com as pessoas em nosso redor.
Não é preciso dizer que praticar a justiça é algo que todo cristão tem
como uma de suas principais características pessoais, além disso, tal prática
lhe anima (motiva) e gera um profundo sentimento
de contentamento. A bíblia diz isso da seguinte forma: "Praticar a
justiça é alegria para o justo..." Provérbios 21.15
Jesus disse certa vez: "Se a vossa justiça não exceder a
dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus." Mateus
5.20
Nós, como cristãos, devemos plantar e cultivar um elevado e amplo senso
de justiça que englobe, entre outros: Justiça pessoal (não confunda com justiça
própria), justiça interpessoal e justiça social. Além disso, o senso cristão de
justiça deve, como o próprio Mestre Jesus disse, exceder tanto ao das pessoas
do mundo quanto daqueles que se dizem religiosos.
* Justiça pessoal: Trate a si mesmo de maneira justa; não seja
demasiado duro consigo mesmo, tampouco seja perfeccionista ou autocrítico em
demasia e jamais compare a si mesmo com quem quer que seja, porque nenhuma
pessoa consegue corresponder às suas próprias expectativas quando mantem
pensamentos assim em seu coração; este é um caminho quase certo para a
frustração e para a angustia. Eis um dos motivos pelos quais milhares de
pessoas, todos os dias, caem em depressão. Elas esperam mais de si do que estão
preparadas para dar ou produzir naquele momento, seja por pressões externas, de
familiares, conhecidos, amigos, colegas de trabalho ou da própria sociedade; ou
interna, ou seja, a própria pessoa acha que já deveria estar colhendo
determinados resultados que, por vezes, ela ainda não plantou ou que ainda não
chegou o tempo de colher; os motivos para estes pensamentos são os mais
diversos e isso não é justo com elas mesmas. Salomão disse: "há tempo
para todas as coisas debaixo do céu” Eclesiastes 3.1; compreender isso
nos ajuda a sermos pessoas mais justas conosco mesmo poque cada indivíduo
possui o seu próprio tempo de aprendizado, desenvolvimento e ação, seja
espiritual, seja físico.
* Justiça interpessoal: Tratar aos outros com justiça é
uma das formas de manifestar a diferença que há entre cristãos e não cristãos;
embora este tópico seja muito extenso para ser abordado amplamente aqui, vou
destacar dois pontos que considero importantes e que são suficientemente
práticos para serem colocados em ação tão logo você termine a leitura.
1: "O Justo dá e nada retém". Provérbios 21.26b
Há dois comportamentos que pessoas justas costuma demonstrar. Pessoas
com alto senso de justiça são caridosas e generosas; e só para deixar
registrado a distinção entre estes dois comportamentos vou citar rapidamente:
Caridade é quando você ajuda alguém que está precisando; já a generosidade é
quando você ajuda alguém que não está precisando, mas você o faz apenas por
possuir esta vontade de ser útil e ajudar.
2: "A obra do justo conduz à vida" Provérbios
10.16a
Pessoas com este senso cristão de justiça não são pessoas destrutivas;
tudo o que elas fazem é voltado para construir; neste caso estou falando sobre
construir outras pessoas, ajudando-as em suas adversidades, multiplicando o
conhecimento da Verdade (que é a Palavra de Deus), mas também todo o
conhecimento que possa ser benéfico e trazer algum valor à vida do seu próximo.
Apenas para citar um exemplo: Já vi pessoas que se diziam mestres, mas que
nunca compartilhavam amplamente o conhecimento que dizem possuir com seus
alunos/discípulos. No mundo existe uma máxima que reza que não se deve ensinar
tudo a um pupilo, segundo o pensamento popular, deve-se sempre manter em
segredo o "pulo do gato" e pessoas têm usado essa máxima em
praticamente todos os seus relacionamentos interpessoais seja com colegas, com
colaboradores, com sócios, com irmãos na fé, com alunos e até com seus
cônjuges. Agora, a pergunta que faço é: Isso é justo?
Vejamos os exemplos de homens como Salomão, Paulo Apóstolo e o próprio
Jesus Cristo; Homens que não só viviam e praticavam cotidianamente a justiça
divina (A Palavra de Deus), mas que também eram em tudo exemplo de justiça.
Quem não se lembra do celebre relato em que o rei Salomão usa de sua sabedoria
para fazer justiça em favor de uma mãe que lutava para reaver seu filho roubado
por uma usurpadora; leia 1 Reis 3.16-28. Salomão não foi apenas o homem mais
sábio que já existiu (como se isso fosse pouco), ele foi também um dos homens
mais justos de todas as gerações.
E quanto a Paulo e ao Mestre dos mestre, Jesus Cristo? Creio que suas
obras falam por si só. Lendo a trajetória de Jesus vemos que nosso Senhor fazia
não só a justiça divina curando todos os enfermos, libertando os cativos e
expelindo demônios, mas vemos que Ele praticava a justiça interpessoal, pois
abençoava também a vida de samaritanos, romanos e de quem quer que precisasse
de ajuda, Jesus não fazia qualquer distinção entre as pessoas por qualquer
motivo, quem precisasse Ele ajudava; todos os Seus esforços eram direcionados
para construir as pessoas tanto espiritualmente como fisicamente e em todos os
aspectos, porque é justo que a ajuda que está disponível a um ser humano esteja
também a todos os demais. É dessa forma que devemos pensar também.
Já Paulo diz: "Sede meus imitadores, como também eu, de
Cristo" 1 Coríntios 11.1
A história deste homem está repleta de atos de justiça e ele o fazia
porque era um legítimo cristão (parecido com cristo). Eu poderia citar vários
atos de justiça praticados por Paulo, mas como isso alongaria ainda mais esta
postagem, basta dizer que este mesmo senso de justiça que havia não só em
Salomão, Paulo e em Jesus Cristo, mas também em muitos outros exemplos
bíblicos, é o senso de justiça que há em todo cristão. Uma pessoa que não
pratica a justiça para com seus semelhantes certamente não é um cristão; pode
até ser religioso, mas nunca um cristão.
* Justiça social: Cristãos sabem que possuem uma dupla jornada
para realizar, sabem que sua missão principal e sublime é pregar o evangelho a toda criatura, mas sabem
também que precisam fazer com que o ambiente onde vivem seja um lugar melhor
com sua presença. Trocando em miúdos; cristãos dão à sociedade um pouco do que
Deus dá abundantemente a eles, cristãos dedicam algum tempo e outros recursos
(Orações, conhecimento, dinheiro e outros) para ajudar em causas sociais;
embora a raça humana jamais tenha passado por um tempo de tamanha prosperidade
como nos dias atuais, (nunca se viveu tanto, a medicina evolui a cada dia,
dá-se muito mais valor a qualidade de vida, o conhecimento se multiplica de
maneira assombrosa, e financeiramente nunca houve tanta abundância; só para
citar alguns exemplos), mas ainda há muitas desigualdades sociais e é aí que os
cristãos entram levando a luz com ações que ajudem a sociedade a ser melhor e
mais pacífica.
Está escrito: "Procurai a paz da cidade para onde vos fiz
transportar, e orai por ela ao Senhor, porque, na sua paz, vós tereis
paz." Jeremias 29.7
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